quarta-feira, 28 de março de 2007

Escaleno

Guardemo-nos. Nós dois
Corre amor
O portão vai fechar
Vem depressa
Construí essa redoma pra nós
Não pare
Lá vem o fogo
Não, não pode.
Aqui só cabem dois
Nós dois.
Quem é esse aí?
Você quer que eu saia?
Mas fui eu... que construí isso!

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Naquele momento
Eu estava tão doente
Que ainda pensei que coubessem os três
Mas fiquei do lado de fora
O fogo me queimou
Hoje...
Pode vir amor
Tanto faz
Não tenho mais nada que possa ser queimado mesmo!




domingo, 25 de março de 2007

Mais um, mais um, mais um!

É natal???
Não!
É Santa Claus que me traz o encarnado da derrota
Aquele tom de coisa ruim
Que me invade os sentidos
Que me lembra sangue
Que cheira a poder
A dinheiro.
Cheira a esperma consunido em busca de bens materiais.
Viva o natal!
Viva o vermelho
O vermelho de suas regras
Que te livram da promiscuidade de tuas incansáveis buscas
Por testosterona
E pelo prazer que o dinheiro te proporciona!
Ho ho ho

sexta-feira, 23 de março de 2007

Inquieto


Ando meio angustiado
Meu peito dói apertado
É uma saudade dolorosa de algo que nunca vivi
De algo que nunca senti, de algo que não sei o que é
É um medo de perder
Coisas que eu gosto
Vontade de chorar
Vontade de acender um cigarro
De beber até cair
De abraçar meu pai
De beijar minha mãe
Vontade de ter filhos
E me lembro novamente
Da saudade que me aperta o peito
É um prenúncio de paz, talvez
Mas não sei ao certo
E me bate a vontade
De até mesmo não ser quem sou
Me abraço então ao meu ecletismo
Cartola, Kurt Cobain,
Nelson Cavaquinho, Jhon Frusciante
Ataulfo Alves, Michael Stipe
Mestre Lupicínio Rodrigues, Frank Black
Pego meu violão
E despejo minhas lágrimas sonoras
Telefono pra um amigo
Mas nada da saudade passar.




quarta-feira, 21 de março de 2007

Cabeça baixa

Mais um passo
Mais um quarteirão
Mais uma faixa de pedestres


Mas outro sonho não vem


Mais uma faixa de pedestres
Mais um quarteirão
Mais um passo


Sento-me


A vida passa em minha frente
Mais pessoas envelhecem
Inclusive eu


Permaneço assim sentado
Calado
Observador
Até que eu levante novamente


Levanto


Mais uma faixa de pedestres







quinta-feira, 1 de março de 2007

O mundo é hetero... gênio.

Nossos vários "eus"
Procurando se tornar homogênio
Mas nos dias de hoje, os prefixos são perigosos
Isso não é nada subliminar
Eu só queria uma constância de pensamentos
O mundo adora diferenças
Pra poder celebrar a segregação
A coroação dos hipócritas e demagogos
O mundo não tem nada de homogênio
Ele levanta a bandeira heterogênia
Não é nada disso que você está pensando
Eu sou como o mundo
Isso é o normal
No meio de toda essa confusão
Até esse texto se tornou confuso
Mas é essa explosão de coisas iguais e diferentes
Que não nos deixa saber quem ganhou ou perdeu o jogo
Cuidado com os prefixos